segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Introdução     

    O presente conteúdo tem o objetivo de transmitir algumas informações referentes ao mecanismo do vício/compulsão relacionado a drogas e bebidas e, com isso ajudar, de alguma forma,  pessoas e familiares que se depararam com esse problema.
    As informações aqui contidas não substituem o acompanhamento médico.


Vídeo Ilustrativo 

    O vídeo a seguir serve para ilustrar alguns aspectos do comportamento compulsivo. Clique no vídeo para iniciar a reprodução: 


 


 

Algumas Informações Iniciais

    O vício ou a compulsão por algo caracteriza-se pela crescente necessidade de uso de determinada substância (droga, álcool, remédio, etc) com o objetivo de obter o mesmo efeito que se tinha nas fases iniciais de contato.

    Além disso, a falta de controle na frequência e na quantidade de uso podem servir para caracterizar o comportamento compulsivo.

   Esses fatores demonstram que o comportamento compulsivo vai muito além do uso de determinada substância. Ele gradativamente se instala, muitas vezes sem que a pessoa perceba.

    Dessa forma existem três fatores principais que caracterizam o comportamento compulsivo (vício):

    - tolerância ao efeito da substância (necessidade de doses cada vez maiores);
    - falta da de controle;
    - crise de abstinência.

Qual a Origem de um Comportamento Compulsivo?

    A droga altera a percepção do mundo e o modo como tomamos decisões em nossas vidas.
    
    O uso continuado da droga leva a uma alteração física no cérebro. O corpo passa a ficar predisposto a presença da droga e se adapta à presença constante dela.

    A interrupção do vício requer um alto grau de motivação por parte do indivíduo e uma mudança de comportamento que é difícil de ser mantido, dependendo do grau de dependência instalada.

    As recaídas são constantes em pessoas que tentam se livrar de um vício, porém elas devem ser encaradas como um processo de autoconhecimento e não como uma derrota.

   Mas por que somente algumas pessoas desenvolvem a dependência?

   A resposta para esssa pergunta depende do tipo de pessoa, do tipo de droga e do ambiente no qual se está inserido. Nesse sentido existem três fatores a serem examinados: biológico, psicológico e social.

    Muitas pessoas conseguem parar de fumar após um longo tempo de uso e outras apresentam dificuldade extrema para se livrar do cigarro. Os genes e fatores neurobiológicos explicam tais diferenças.

Drogas Mais Comuns

    As drogas mais comuns no mundo, inclusive no Brasil, são as seguintes:

    - álcool;
    - nicotina (cigarro);
    - maconha (cannabis);
    - estimulantes (cocaína, ecstasy).

    As chances de um indivíduo desenvolver dependência variam de acordo com o modo que essas drogas afetam o cérebro.

    É importante ressaltar que as drogas ilícitas não necessariamente são as que causam maior dependência.

domingo, 8 de novembro de 2015

Como as Drogas Afetam Nosso Organismo

    As drogas afetam nosso cérebro, particularmente os neurotransmissores, como a dopamina.

    Por exemplo, o principal componente ativo do cigarro é a nicotina.

    A nicotina é inalada na fumaça do cigarro e entra no organismo por meio dos pulmões, atingindo o cérebro em questão de segundos e ativando sistemas neuroquímicos específicos dele, incluindo a dopamina. A dependência é causada devido a ativação desse sistema por um longo tempo.

    A nicotina inalada por meio do cigarro é excretada do organismo normalmente num prazo de quinze minutos. Esse mecanismo explica a necessidade de outro cigarro, após transcorrido esse prazo.

    As pessoas buscam as drogas por diferentes razões. Algumas buscam reduzir a ansiedade, outras as utilizam em eventos sociais e ainda existem pessoas que buscam alívio para uma evento traumático do passado. A ciência busca entender esses fatores para obter a melhor abordagem para o problema.

    Nesse sentido, a simples retirada da droga dessa equação não resolve todos problemas envolvidos, uma vez que há uma compulsão instalada, porém também há problemas relacionados as estresse da vida cotidiana que compõem esse quadro compulsivo.

    Os riscos associados ao uso continuado de algum tipo de droga são muitos e dependem da maneira como a droga é consumida. Drogas injetáveis claramente aumentam os riscos de doenças infeciosas como HIV e Hepatite C. Um risco adicional é mais evidente quando se trata de drogas ilícitas porque dificilmente a pessoa sabe exatamente a composição da droga utilizada (o que e quanto).

    Outro aspecto importante diz respeito à tolerância, que trata-se da necessidade de consumo cada vez maior de determinada substância para se obter o mesmo efeito. A tolerância se desenvolve de forma muito rápida quando se trata de bebidas alcoólicas.

    O cérebro não gosta de ser super-estimulado então ele busca adaptar-se. Ele pode reduzir o número de receptores ligados aos neurotransmissores ou torná-los menos sensíveis à estimulação. O problema é que estas alteração modificam o funcionamento normal do cérebro. Experiências que no passado eram prazerosas deixam de ter o mesmo efeito.

    Quando a pessoa interrompe o uso da droga, esse desbalanceamento do cérebro é revelado, passando a surgir efeitos ruins da abstinência. De modo geral os efeitos que ocorrem durante a abstinência são opostos aos que ocorrem durante o efeito da droga, sendo em alguns casos perigosos para a saúde do indivíduo.

    No caso do uso contínuo de doses elevadas de bebidas alcoólicas por um longo período, o cérebro do indivíduo é afetado porque o álcool causa relaxamento e diminuição da atividade cerebral. Quando seu uso é interrompido, o cérebro apresenta uma excitação excessiva que pode levar à emergência médica. Por isso, é fundamental o acompanhamento médico adequado em casos dessa natureza.
   

   

    


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Por que as pessoas se tornam viciadas em drogas ou alcoólatras?

     Normalmente as pessoas buscam as drogas (ou álcool) porque estão interessadas em obter um efeito imediato e específico.

    Elas querem relaxar, ter mais energia ou alterar sua percepção por meio do efeito da droga no cérebro. O efeito das drogas no organismo leva a reforçar tal comportamento e o indivíduo passa a buscar frequentemente as sensações obtidas durante seu uso.

    A pessoa vai ficando condicionada ao efeito positivo das drogas ou bebidas e um comportamento automatizado vai, aos poucos, se estabelecendo.

    É importante ressaltar alguns pontos fundamentais:

    1. O cérebro, aos poucos, vai se tornando menos sensível ao efeito das drogas;

    2. O uso de drogas vai gradativamente se tornando automatizado, de modo que o indivíduo não percebe que está indo buscá-la.

  

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O Uso Continuado das Drogas

    Essa questão é bastante importante para entendermos o modo no qual o cérebro de indivíduos é afetado ao longo do uso continuado de determinada droga.

    O nosso corpo funciona de forma adequado quando existe um equilíbrio entre estímulo e descanso. Ele não gosta de ser excessivamente estimulado.

    Quando ocorre o uso contínuo de substâncias estimulantes o corpo buscará se antecipar a tal efeito reduzindo a ativação de determinada região do cérebro. O resultado dessa adaptação é uma redução no efeito que a droga causa no organismo. O número de receptores no cérebro muda, a sensibilidade é reduzida.

    Em consequência, há o fenômeno conhecido como "tolerância". Tolerância significa que a pessoa não obterá o mesmo efeito depois de usar a droga. Haverá necessidade de aumentar a dose para que o mesmo efeito seja obtido. Em alguns tipos de droga não será possível obter o mesmo efeito em que pese o aumento na dose seja realizado.

   Por exemplo, a pessoa que faz uso de bebida alcoólica pela primeira vez, sentirá os efeitos da embriaguez de um determinado jeito ao passo que o alcoólatra necessitará de precisará de uma dose muito mais elevada para obter esse estado.

    O álcool é uma substância em que a tolerância se estabelece de forma muito rápida. Há necessidade de beber cada vez mais tendo em vista que o corpo está reagindo contra isso. O resultado é que o corpo deixa seu estado de equilíbrio, passando a não funcionar normalmente sem a presença da droga.




   

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Regras Básicas para um Tratamento Efetivo

    Diversas pesquisas científicas realizadas desde os anos 70, demonstram que existem tratamentos efetivos que podem ajudar os pacientes a retomar com sucesso o curso normal de suas vidas.

    Baseados nessas pesquisas, alguns princípios básicos forma definidos e formam a base de qualquer tratamento efetivo contra o uso de dorgas:

    - O vício é uma doença complexa que afeta o funcionamento do cérebro e altera o comportamento do indivíduo;

    - Não há um tratamento único que seja adequado a todos os indivíduos;

    - A abordagem terapêutica deve ser ampla e focar nas diversas necessidades do indíviduo e não apenas na questão do uso abusivo da droga;

    - A necessidade de permanecer em tratamento por um determinado período de tempo é crítico para sua efetividade;

    - Aconselhamento individual ou em grupo e outras terapias comportamentais são as formas mais comuns de tratamento;

    - O uso de medicamentos é um elemento importante do tratamento para muitos pacientes especialmente quando combinado com outras terapias;

    - A desintoxicação é somente a primeira fase do tratamento;

    - O tratamento não precisa ser voluntário para ter efetividade.

    

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Os Tipos de Tratamento

    Existem diversas abordagens no sentido de proporcionar tratamento ao indivíduo que possui compulsão por drogas ou álcool. Nesse contexto, a redução no consumo é um passo fundamental no tratamento.

    A pessoa que consumiu drogas ou álcool por um longo período de tempo provavelmente desenvolveu dependência física.

    Muitos usuários de drogas acreditam que o fim da dependência é apenas uma questão de parar o uso. No entanto, os especialistas afirmam que a ocorrência a recaída é uma experiência muito comum nesses casos. É importante ressaltar mais uma vez que as recaídas não devem ser vistas como uma fraqueza, mas sim como uma experiência de autoconhecimento. Muitas vezes, o desconforto causado pela abstinência é uma fonte de reforço para o uso da droga.

    O tratamento deve abordar tanto os aspectos físicos da dependência quanto os psicossociais e muitas pessoas realizar diversas tentativas sem sucesso antes de conseguir obter êxito no tratamento.

    Durante o período de abstinência, as pessoas tem que lidar com uma grande quantidade de problemas de pessoais, emocionais ou de relacionamento o que pode causar ansiedade e desconforto.

    Adicionalmente, durante o início do tratamento os indivíduos tem uma tendência em se tornar irritados, agitados, cansados. A insônia e problemas de concentração também são comuns nessa fase.